Investir na Bolsa de Valores ou comprar a casa própria? Essa é uma pergunta que sempre ronda os pensamentos da maioria dos brasileiros.
Em épocas de crise econômica, como a que se vê atualmente, por conta da pandemia, a dúvida fica ainda mais forte. Afinal, as incertezas do momento contam muito na hora da decisão.
Uma Pesquisa do Mercado Imobiliário do Secovi-SP, por exemplo, mostrou que as vendas de unidades residenciais novas na cidade de São Paulo despencaram no mês de abril, no início da pandemia, mas voltaram a crescer, mesmo que lentamente, nos meses seguintes.
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Essa instabilidade do cenário econômico é uma tendência que deve se manter nos próximos meses. E, com ela, aparecem oportunidades que podem ou não ser atrativas a quem busca investir.
Bolsa: oportunidades
Para aproveitar bem essas oportunidades, além da estratégia financeira e das necessidades individuais, é preciso colocar no papel os prós e contras de cada situação.
Tanto investir na Bolsa quanto comprar um imóvel tem suas vantagens e desvantagens. Para Fabio Baroni, sócio-fundador do AGF – Ações Garantem o Futuro – é importante ficar atento às especulações de mercado e focar no que a pessoa realmente precisa.
“Essa dúvida sobre qual é o melhor investimento sempre ganha espaço quando o mercado imobiliário tem alguma alteração. É claro que é importante avaliar o mercado da construção civil e a tendência global como um todo, mas o que realmente conta é a estratégia financeira e de investimento de cada um”.
Mudança de perfil
Se o cenário econômico não é mais o mesmo, o perfil do investidor atual também mudou. Louise Barsi, economista e sócia do AGF, cita uma alteração no perfil dos jovens investidores como um fator relevante nessa equação.
“A nova geração de investidores cresceu ouvindo dos pais e avós sobre a necessidade de ter a casa própria, que aluguel era um dinheiro desperdiçado e que investir na Bolsa de Valores não era para toda e qualquer pessoa. O engraçado é que, apesar de ter recebido esse ensinamento em casa, muitos priorizam hoje por montar uma carteira de investimentos de médio e longo prazo e viver de aluguel. Essa decisão é baseada em vários fatores sociais como praticidade, análise de retorno de investimento, plano de aposentadoria, enfim, a conta feita atualmente engloba muito mais do que apenas a segurança que acompanha o imóvel próprio”, analisa.
Imóvel próprio x aluguel
Um dos principais pontos destacados por aqueles que escolhem ter um imóvel próprio é que a propriedade é um bem que fica registrado no patrimônio e que, sendo o proprietário, ninguém pode interromper o seu uso.
Além da aquisição ser uma forma de diversificar investimentos em um bem que, com o tempo, pode valorizar.
Já os destaques para quem opta por pagar aluguel é que os recursos financeiros não ficam engessados.
A flexibilidade para mudar conforme for conveniente e as despesas com manutenção e melhorias são por conta de cada um. Outro ponto é que, dependendo do valor do aluguel, existe mais verba disponível para a realização de investimentos, com possibilidade de retornos mais altos.
Bolsa X Imóvel: custos
A decisão entre comprar um imóvel ou investir na Bolsa também deve levar em consideração os custos mensais de cada uma das operações.
Felipe Ruiz, um dos sócios-fundadores do AGF, aponta que entender a taxa de retorno do imóvel comprado é uma das contas básicas para perceber o que cabe no momento atual e no futuro do investidor.
“A taxa de retorno varia conforme a forma de pagamento. Se o imóvel for financiado, por exemplo, é preciso saber que o valor pago não será igual ao valor original, devido aos juros. Já se o pagamento for à vista, temos uma taxa de retorno mais rápida e, consequentemente, mais vantajosa. A conta é simples: se o rendimento de uma aplicação for maior do que essa taxa de retorno, não vale a pena investir na compra desse imóvel”, explica Ruiz.
Para quem planeja investir na Bolsa de Valores para conseguir os recursos necessários para comprar o imóvel próprio, os sócios aconselham um planejamento a médio prazo, em ações perenes. Além disso, recomendam que o planejamento seja seguido à risca para atingir o objetivo. “Sempre existe a possibilidade de aparecer uma emergência, mas é importante ter um plano bem definido, já tendo essa emergência no escopo para evitar qualquer desvio”, alerta Ruiz.