Desde 2016, o número de pessoas físicas que investe na Bolsa de Valores (B3) cresce ano a ano.
Mas, em 2020, diante do cenário de crise econômica, devido à pandemia, esse número ganhou grandes proporções, chegando a 2,8 milhões de investidores, em julho deste ano.
CEO da plataforma de gestão Kinvo, Moacy Veiga afirma que os brasileiros passaram a se relacionar de forma diferente com o dinheiro, buscando maior rentabilidade e alternativas em relação aos investimentos tradicionais.
Um levantamento da B3 – a Bolsa brasileira – revela o perfil dos investidores brasileiros: 74,40% são homens e 24,55% mulheres; desses, 56,13% têm entre 36 e 65 anos, e 34,34% mais de 66 anos, mostrando um investidor mais maduro e desmistificando a crescente de jovens na B3, que, hoje, representam apenas 9,53%, com idade entre 15 e 35 anos.
“Juntos, os investidores brasileiros movimentam R$ 382,03 bilhões. Só no eixo São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são 1,6 milhão de pessoas, uma fatia de 74,08% desse mercado”, diz o especialista.
Bolsa: taxa Selic
A constante queda da taxa Selic – taxa básica de juros, que hoje está a 2% – pode ser um dos motivadores para que os brasileiros entrem na B3, já que a poupança não rende como antigamente.
“Como resultado, os investimentos em renda fixa, além da poupança, mas também os CDBs [Certificado de Depósito Bancário] e alguns títulos do Tesouro Direto passam a render cada vez menos, visto que acompanham de perto a taxa Selic”, frisa.
Para se ter ideia do impacto da taxa básica de juros, em seu menor nível histórico, a poupança rende apenas 1,40% ao ano, menos que a inflação projetada para o final de 2020.
Atualmente, segundo Veiga, os R$ 100 de duas décadas atrás valem apenas R$ 16 reais. Isso significa que o brasileiro está perdendo o poder de compra quando deixa o dinheiro na poupança.
Com isso, as pessoas que não se arriscarem em novos investimentos, nos próximos 20 ou 30 anos, não terão nenhuma reserva significativa.
A dica
“A dica para os que estão sem dívidas é buscar uma corretora, avaliar os custos operacionais e definir estratégias de investimentos o quanto antes”, afirma.
Contudo, apesar da boa oportunidade e alternativa de maior rentabilidade, é preciso ter cautela, lembrando que, investir em ações, ativos e outros produtos financeiros, não consiste em um retorno rápido.
Estar inserido no universo de investimentos requer paciência e acompanhamento. É preciso analisar os riscos com olhar atento, pois o mercado financeiro é muito dinâmico, exigindo uma carteira equilibrada.
“O que eu recomendo para os investidores mais novos é a renda variável, como o próprio nome sugere, que pode variar tanto para cima quanto para baixo”, diz.
E acrescenta: “a busca por rentabilidade mais alta passa também por assumir mais riscos. Dessa maneira, o investidor deve descobrir qual é sua tolerância ao risco para, assim, alocar seu capital da melhor maneira possível.”
Para descobrir a tolerância do investidor ao risco, basta responder a um questionário comumente aplicado por diversos bancos e corretoras, que define o perfil de risco de cada pessoa.
Com isso em mãos, fica mais fácil para escolher os investimentos adequados para a realidade de cada um.
“Seguindo esse passo a passo, o brasileiro terá uma nova perspectiva de aposentadoria, que poderá ser muito mais rentável e segura para ele e toda a sua família”, conclui.
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