ANÁLISE: Resultado do Setor Público Consolidado

O setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 3,5 bi em fevereiro, ante déficit de R$ 11,8 bi em fevereiro de 2021.

A Dívida Líquida do setor público subiu para 57,1% do PIB enquanto a Dívida Bruta do Governo Central recuou a 79,2% do PIB.

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O setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 3,5 bi em fevereiro, revertendo o déficit de R$ 11,8 bi em fevereiro do ano anterior. O resultado acumulado do ano totalizou superávit de R$ 105,3 bi. Nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro, o setor público consolidado atingiu superávit primário de R$ 123,4 bi, ou 1,4% do PIB.

O Governo Central fechou fevereiro com déficit de R$ 19,2 bi, enquanto os governos regionais e as empresas estatais tiveram superávit de R$ 20,2 bi e R$ 2,5 bi respectivamente.

Os juros nominais totalizaram R$ 26,0 bi em fevereiro, abaixo dos R$ 29,2 bi registrados em fevereiro de 2021. Nos últimos 12 meses, os juros nominais totalizaram R$ 425,7 bi, leve recuo frente ao resultado de janeiro, entretanto avanço relevante em relação aos R$ 316,5 bi em fevereiro do ano anterior. O recuo na comparação mensal pode ser explicado pelos ganhos das operações de swap cambial em janeiro.

O resultado nominal do setor público consolidado atingiu déficit de R$ 22,5 bi em fevereiro, revertendo o superávit de R$ 84,1 bi registrados em janeiro. No acumulado dos últimos 12 meses, totalizou déficit de R$ 299,1 bi (-3,62% do PIB), recuando em relação ao déficit de R$ 317,5 bi (-3,62% do PIB) registrados em janeiro.

A Dívida Líquida do Setor Público subiu de 56,6% em janeiro para 57,1% em fevereiro. O avanço de 0,4 p.p é resultado da valorização cambial e dos juros nominais, parcialmente compensados pela alta no PIB nominal. Em 2022, a DLSP apresenta redução de 0,2 p.p, refletindo principalmente o superávit primário acumulado e o crescimento do PIB nominal.

A Dívida Bruta do Governo Central totalizou 79,2% do PIB, recuo de 0,4 p.p em comparação aos 79,6% registrados em janeiro. O avanço do PIB nominal e a valorização da taxa de câmbio foram os principais impactos positivos no indicador.

O resultado do setor público consolidado segue positivamente impactado pela boa performance dos governos regionais e empresas estatais. Por um lado, a alta inflação continua favorecendo a arrecadação federal e mais do que compensando o aumento das despesas registrados em 2022 até o momento. Por outro, a alta da taxa de juros segue pressionando os gastos com juros nominais, que apesar de apresentarem leve recuo em fevereiro, devem seguir em patamar elevado dada a continuidade do ciclo de aperto monetário.

O cenário fiscal nas próximos divulgações deve continuar sendo favorecido em função da alta inflação e atividade econômica acima do esperado. Os riscos seguem ligados a projetos de renúncia fiscal ou aumento de despesas que possam reverter o quadro observado até aqui.

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