ANÁLISE: PNAD Contínua e os reusltados

"Mantemos nossa projeção de 11,0% para a taxa de desemprego ao final de 2022"

A taxa de desocupação da PNAD Contínua se manteve em 11,2% no trimestre móvel encerrado em fevereiro ante o mês anterior, ficando abaixo das nossas expectativas e da mediana do mercado (11,4%);

Pelo nosso ajuste sazonal, a taxa de desemprego caiu para 11,4% (vs. 11,6% anterior); e
Mantemos nossa projeção de 11,0% para a taxa de desemprego ao final de 2022.

Comentário:

A taxa de desocupação da PNAD Contínua se manteve em 11,2% no trimestre móvel encerrado em fevereiro ante o mês anterior, ficando abaixo das nossas expectativas e da mediana do mercado (11,4%). Pelo nosso ajuste sazonal, a taxa de desemprego caiu para 11,4% (vs. 11,6% anterior). A taxa de participação, por sua vez, encontra-se em 62,2%.

Comparada à leitura do mês anterior, a participação caiu 0,1 pp., em 227 mil pessoas. A população ocupada, por sua vez, recuou em 194 mil pessoas. O recuo maior da participação permitiu a estabilidade da desocupação. O trimestre móvel de mensuração do mercado de trabalho pela PNAD continua sofrendo os impactos da variante Ômicron no primeiro bimestre do ano.

Novamente, a queda na população ocupada não foi heterogênea. O mercado formal cresceu em 4 mil pessoas, enquanto o informal caiu em 198 mil. Com isso, a proporção do emprego formal na população ocupada encontra-se em 59,8%, acima da média de 59,3% de 2019.

O rendimento real médio de todos os trabalhos habitualmente recebidos cresceu 0,1%, a segunda alta consecutiva e compara-se a apenas uma alta em 2021. O valor atual continua apenas marginalmente acima do trimestre móvel encerrado em novembro do ano anterior. O rendimento real médio efetivamente recebido, por sua vez, está 6,6% abaixo do valor para o mesmo período do ano passado. Esta queda pode ser explicada conjuntamente por um crescimento maior na ocupação informal nos últimos 12 meses e na alta da inflação.

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Os efeitos da variante Ômicron no Brasil continuam sendo observados nos dados de mercado de trabalho e devem permanecer nos próximos meses. O mercado informal recuou novamente e a queda na participação foi a mais alta para o mês na série histórica. A queda na população ocupada informal permitiu um novo avanço do rendimento real habitualmente recebido, ainda que marginal.

No curto prazo, o mercado de trabalho continuará refletindo valores devido a variante Ômicron e sua potencial recuperação. Mais para frente, o aperto das condições monetárias e financeiras deverá desacelerar a recuperação vista ao longo do ano anterior. Assim, mantemos nossa projeção de 11,0% para a taxa de desemprego ao final de 2022.

*Por Felipe Sichel, sócio e economista-chefe do Modal

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