ANÁLISE: PIM e a queda 

Modal esperava pela queda em 0,3%

A Produção Industrial recuou 0,6% em agosto, abaixo da nossa expectativa (-0,3%) e em linha com a mediana do mercado. Em relação a agosto de 2021, a PIM registrou avanço de 2,8%.
Apesar da leitura negativa, observa-se desempenho misto entre os segmentos pesquisados.

A Produção Industrial recuou 0,6% em agosto, abaixo da nossa expectativa (-0,3%) e em linha com a mediana do mercado. Em relação a agosto de 2021, a PIM registrou avanço de 2,8%, acima da nossa expectativa (1,6%) e da mediana do mercado (2,3%). No ano, a indústria acumula queda de 1,3%. Com o resultado de agosto, a produção industrial encontra-se 1,5% abaixo do nível pré-pandemia.

A indústria extrativa registrou queda de 3,6% em agosto, interrompendo uma sequência de duas altas mensais consecutivas, enquanto a indústria da transformação recuou 0,2% no mês.

Apesar da leitura negativa observada, 18 dos 26 segmentos pesquisados apresentaram crescimento em agosto.

Destaque para o avanço na fabricação de automóveis (10,8%), máquinas e equipamentos (12,4%) e outros produtos químicos (9,4%). Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (9,9%), equipamentos de informática (6,0%) e outros equipamentos de transporte (8,9%) também registraram alta em agosto. Por outro lado, destaca-se a queda na produção de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-4,2%), produtos alimentícios (-2,6%) e produtos têxteis (-4,6%).

Observa-se queda em metade das categorias econômicas pesquisadas. Destaque negativo para bens intermediários (-1,4%). Bens de consumo registraram recuo de 1,0%, com bens de consumo duráveis avançando 6,1% enquanto os bens de consumo não duráveis caíram 1,4%. Os bens de capital, por sua vez, apresentaram avanço de 5,2%.

Na comparação anual, note-se forte queda de 7,3% na indústria extrativa, a quarta leitura negativa nessa base de comparação, negativamente impactada pelo recuo na produção de minérios de ferro e óleos brutos de petróleo.

A indústria da transformação, por sua vez, registrou avanço de 4,1%. Todas as grandes categorias econômicas avançaram em relação a agosto de 2021. Bens de consumo apresentaram alta de 4,0%, com destaque para bens de consumo duráveis que avançaram 13,6%. Bens de consumo não duráveis subiram 1,9%. Bens de capital registraram crescimento de 4,0% enquanto bens intermediários avançaram 2,1%.

Dentre as atividades, destaque positivo para o avanço na fabricação de veículos (19,3%), outros produtos químicos (10,6%) e coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (5,0%). A fabricação de produtos alimentícios (3,2%), celulose (9,3%) e bebidas (8,9%) também contribuíram com o avanço na comparação anual. Do lado negativo, destaque para a queda em metalurgia (4,1%), fabricação de produtos de madeira (13,8%) e produtos têxteis (10,4%).

A produção industrial voltou a registrar queda em agosto, a terceira leitura mensal negativa em 8 meses do ano.

Apesar do recuo observado, observa-se novamente desempenho heterogêneo entre as categorias pesquisadas, com mais da metade dos segmentos avançando no mês com destaque para o forte avanço na produção de veículos. O mercado de trabalho robusto em conjunto aos estímulos fiscais implementados nos últimos meses pode sustentar a atividade industrial no curto prazo. No entanto, a desaceleração na atividade econômica global aliado ao elevado patamar da taxa de juros deve manter a produção industrial pressionada até o final do ano.

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