A PIM de fevereiro cresceu 0,7%, marginalmente abaixo das nossas expectativas (0,8%) e acima da mediana do mercado (0,5%). No YoY, queda de 4,3% (ante -5,0% Modal e -4,9% mediana mercado). O mês anterior foi revisado de -2,4% para -2,0%.
Por dentro do índice, Indústrias extrativas e Indústrias de transformação avançaram 5,3% e 0,6%, respectivamente. Dentro da indústria de transformação, crescimento em 16 dos 25 setores (ante apenas 6 da última divulgação). Destaque para as altas em Fabricação de bebidas (4,1%), Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (12,7%), Metalurgia (3,3%), Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (3,2%), Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (15,1%), Fabricação de móveis (3,3%) e Fabricação de produtos diversos (6,9%).
Nota-se que parte das fortes altas desses setores está ligada a um efeito base, ao se recuperarem depois da queda ocorrida no mês anterior.
O setor de produção de automotores, em específico, mesmo com a alta de 3,2% no mês, ainda acumula queda de 17,0% no ano. Comparado ao valor de fevereiro de 2020, a produção atual encontra-se 19,7% abaixo.
Por grandes categorias econômicas, crescimento em todas as aberturas. A produção de Bens de capital subiu 1,9%, Bens intermediários 1,6% e Bens de consumo 0,5%. Por dentro de consumo, Bens de consumo duráveis cresceu 0,5% e Bens de consumo semiduráveis e não duráveis 1,5%. Em destaque, a alta observada em bens de consumo duráveis recupera apenas parcialmente a queda de 11,7% do mês anterior.
Com as revisões na série e o resultado de hoje, o carrego para o primeiro trimestre de 2022 da indústria geral está em 0,04%. Para frente, continuamos enxergando dificuldades para a produção industrial, mesmo com a redução do IPI adotada pelo governo federal. O setor sofre com o aperto das condições financeiras e monetárias, além do aumento de custos, intensificados com o conflito geopolítico na Ucrânia, e problemas logísticos, relacionados às novas medidas de restrições adotadas na China para conter o avanço da Covid-19.
*Por Felipe Sichel é sócio e economista-chefe do modalmais