ANÁLISE: PIB do 1T22

Mantemos a projeção de crescimento de 1,5% para 2022

O PIB do primeiro trimestre de 2022 cresceu 1,0%, abaixo das nossas expectativas e da mediana do mercado, ambas em 1,2%.

O resultado de hoje, juntamente aos dados de mercado de trabalho, aponta para um hiato menos aberto do que o projetado anteriormente. Em outras palavras, a inflação corrente elevada e a atividade mais forte que a esperada dificultam a tarefa do BCB em trazer a inflação para a meta em seu horizonte relevante; e

Mantemos a projeção de crescimento de 1,5% para 2022 e adicionamos um viés positivo para esse número.

Comentário:

O PIB do primeiro trimestre de 2022 cresceu 1,0%, abaixo das nossas expectativas e da mediana do mercado, ambas em 1,2%. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve crescimento de 1,7% (vs. Modal 2,4% e mercado 2,1%).

Pela ótica da oferta, a Agropecuária caiu 0,9%, a Indústria cresceu 0,1% e os Serviços avançaram 1,0%, estas últimas duas idênticas ao que esperávamos. Por dentro da indústria, registro de queda nas extrativas de 3,4%, compensada pelo crescimento de 1,4% em transformação. Pelos serviços, destaque positivo para Comércio (1,6%); Transporte, armazenagem e correio (2,1%); Atividades imobiliárias (0,7%); Outras atividades de serviços (2,2%); e Administração, saúde e educação públicas e seguridade social (0,6%). Por outro lado, Informação e comunicação (-5,3%) e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-0,7%) caíram no período.

A agricultura foi afetada pela seca provocada pelo La Niña no sul e parte do centro-oeste. Enquanto a indústria continua sofrendo com gargalos logísticos globais e aumentos nos custos. Por outro lado, os serviços vêm se recuperando e foi o principal motor para o crescimento do primeiro trimestre. Sob essa perspectiva, os carregos da Agropecuária, da Indústria e dos Serviços para o ano encontram-se em -2,1%, -1,0% e 2,3%, respectivamente.

Pelo lado da demanda, o crescimento da atividade foi puxado pela Despesa de consumo das famílias, que registrou alta de 0,7% (Modal: 0,8%). Além disso, Despesa de consumo da administração pública avançou 0,1% (Modal: 0,7%) e Exportação de bens e serviços, 5,0% (Modal: 3,0%). Ainda, houve queda em Importação de bens e serviços de 4,6% (Modal: -1,5%) e destaque negativo para o recuo na Formação bruta de capital fixo de 3,5% (Modal: -0,3%).

O consumo das famílias ainda está abaixo dos níveis de 2019, o que indica espaço existente para mais crescimento – o carrego da abertura para o ano é de 1,6%. As exportações líquidas, por sua vez, parecem ter sido fortemente impactadas pelo câmbio e dinâmica global de realocação de cestas. A surpresa negativa da FBKF deixa um carrego de -4,5% para os investimentos.

O PIB surpreendeu positivamente no primeiro trimestre de 2022 frente às expectativas ao final de 2021 e encontra-se em seu maior valor desde 2014. Já o carrego para o restante do ano é de 1,5%.

O resultado de hoje, juntamente aos dados de mercado de trabalho, aponta para um hiato menos aberto do que o projetado anteriormente. Em outras palavras, a inflação corrente elevada e a atividade mais forte que a esperada dificultam a tarefa do BCB em trazer a inflação para a meta em seu horizonte relevante. Por fim, mantemos a projeção de crescimento de 1,5% para 2022 e adicionamos um viés positivo para esse número.

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