O IPCA de agosto apresentou uma variação de alta em 0,23% em relação ao mês anterior, ficando abaixo do consenso de alta em 0,28%.
Além da surpresa baixista, em geral, houve uma melhora na margem com uma queda na média dos núcleos (0,28% frente aos 0,34% no IPCA-15 de julho). Essa queda foi especialmente impulsionada pela desaceleração dos preços dos serviços subjacentes, que caíram de 0,24% para 0,17%.
O índice de difusão volta acima de 50% (53,01%), com taxas acima desse nível chave em todas as categorias, como por exemplo, alimentação.
O nível baixo dos serviços subjacentes se deve, em parte, ao grupo “Aluguel e taxas” que continua e mostra um comportamento fora do padrão (deflação de 0,03% no mês). A normalização esperada desse item deve levar a um ajuste para cima desses preços.
Apesar disso, a Constância permanece pessimista com o cenário inflacionário. Impacto da alta da energia – tanto pela alta das cotações internacional que do possível impacto do PLP 136/23 – e do fenômeno “el Nino”, que deve puxar a inflação a partir do quarto trimestre de 2023.
Na nossa avaliação, o IPCA deve fechar acima do teto da meta em 2023 e, possivelmente ainda em 2024, limitando o espaço para corte de juros pela frente.
*Alexandre Lohmann é economista-chefe da Constância Investimentos
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