Análise fundamentalista: como escolher as melhores ações?

A utilização da análise fundamentalista é muito interessante e permite projetar o preço-justo de uma ação

Em nosso primeiro artigo eu apresentei a vocês as formas de análise de ações. Agora quero ensinar a vocês sobre a análise fundamentalista, que serve como filtro para na sequência aplicarmos o timing gráfico pela análise técnica de ações.

A análise fundamentalista é utilizada como forma de avaliação para alternativas de investimento a partir do estudo das informações obtidas junto às empresas, em conjunto ao cenário macroeconômico e dos diversos momentos setoriais nos quais as companhias se inserem. Passando pela análise de seus balanços e demonstrações financeiras com o intuito de estabelecer previsões para o seu desempenho e calcular seu teórico preço “justo”, com o uso de metodologias como o a do fluxo de caixa descontado.

Preço justo para ser comparado com o preço de mercado da ação para que finalmente uma ordem de compra ou venda possa ser executada. Vale ressaltar que uma empresa poderá ficar com seu preço de mercado deslocado do seu preço “justo” por longos períodos, nada garante que o preço de mercado se convergirá ao preço avaliado, além do que há inúmeras metodologias de avaliação, e com isso, esse preço justo é muito subjetivo.

ANÁLISE MACROECONÔMICA

A análise macroeconômica (e política) é utilizada para a montagem de cenários econômicos, a partir dos quais são desenvolvidas as estratégias de investimento. A análise do perfil de um novo governo permite traçar diferentes cenários, com diferentes consequências de suas políticas na taxa de juros, regime cambial, tributação, gastos etc, que por sua vez, tem implicações na decisão de investir em renda fixa ou variável, por exemplo.

ANÁLISE SETORIAL

Quanto à análise setorial, esta é fundamental para identificar setores promissores e setores desfavoráveis, em um determinado horizonte de investimento. Após efetuada a distinção poderá ser traçada estratégias de diversificação e de filtragem em certas empresas.

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA

Análise econômico-financeira da empresa, também chamada de análise de empresas, tem o intuito de selecionar ações de companhias abertas com maior potencial de valorização.

A análise de empresa é feita por meio da análise das demonstrações financeiras da companhia, projeções de resultados e de geração de caixa. Para comparar empresas ou analisar o desempenho de uma única companhia ao longo do tempo, analistas desenvolveram índices financeiros, que podem ser divididos em quatro grupos básicos: 

Indicadores de Endividamento 

Endividamento Geral = Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo / Patrimônio Líquido. Indica quanto a empresa tem captado junto a terceiros em relação ao seu capital próprio.

Endividamento Oneroso = Dívida Onerosa Total / Patrimônio Líquido
Mede especificamente o comprometimento do capital próprio da empresa em relação à sua dívida com bancos e outras que têm custo financeiro embutido (debêntures, desconto de duplicatas, etc.).

Endividamento Oneroso Líquido = Dívida Onerosa Total – Disponibilidades / Patrimônio Líquido. Como o nome diz, trata-se do cálculo do endividamento deduzido das disponibilidades aplicadas no mercado financeiro. É bastante útil nos casos de empresas que têm baixo custo de captação de empréstimos e o fazem com intuito de realizar o que chamamos de arbitragem, ou seja, captam de um lado e aplicam do outro, gerando ganhos líquidos.

Indicadores de Liquidez 

Liquidez Corrente = Ativo Circulante/Passivo Circulante
Indica quanto a empresa tem a receber no curto prazo em relação a cada unidade monetária que deve no mesmo período.

Liquidez Seca = (Ativo Circulante – Estoques)/Passivo Circulante
Tem o mesmo significado que a liquidez corrente, com exceção do fato de que os estoques não são considerados como recebíveis, ou seja, não conta com a realização imediata dos estoques.

Liquidez Geral = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo / Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo oferece a mesma indicação da liquidez corrente, mas engloba também os ativos e passivos a longo prazo.

Indicadores de Rentabilidade 

Rentabilidade do Patrimônio Líquido = Lucro Líquido/Patrimônio Líquido
É a taxa de retorno dos acionistas e mede a performance do lucro em relação ao capital próprio empregado no empreendimento. Normalmente se utiliza o Patrimônio inicial, mas podem ser necessários ajustes, o que nos leva a sugerir, em princípio, o emprego do Patrimônio médio do período de apuração do lucro.

Rentabilidade do Ativo Total = Lucro Líquido/Ativo Total médio
Este indicador mede a eficiência global da administração, ou seja, o retorno obtido em relação ao total de recursos empregados, sejam eles próprios ou de terceiros.

Indicadores de Mercado

Estes são os que mais gosto e mais utilizo!

Lucro por Ação (LPA): representa a divisão do lucro líquido pelo número total de ações da empresa.

LPA = Lucro Líquido / Número Total de Ações

Valor Patrimonial por Ação (VPA): representa a divisão do Patrimônio Líquido da empresa pelo seu número total de ações.

VPA = Patrimônio Líquido / Número Total de Ações

Preço/Lucro (P/L): indica o tempo de retorno do investimento

P/L = Preço da Ação/Lucro por Ação

Preço/Valor Patrimonial (P/VPA)

P/VPA = Preço da Ação/Valor patrimonial por Ação

Contudo, a seleção dos índices financeiros depende dos ativos a serem analisados. Os indicadores mais utilizados são os de mercado, e dentre eles, o PL (preço/lucro) e PVPA (preço/valor patrimonial) são os com maior popularidade.

Ações de empresas com baixos múltiplos PL e/ou PVPA apresentam, em geral, desempenho melhor que a média do mercado, mas também apresentam um risco maior, sendo esse maior retorno esperado um prêmio a esse risco.

Em nosso próximo artigo eu irei iniciar a lhe mostrar tudo sobre a análise técnica de ações. Te encontro lá! Até a próxima!!!

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