ANÁLISE: CPI dos Estados Unidos

Energia elétrica pesa no desempenho do CPI

O índice de preços ao consumidor nos EUA teve leitura acima do esperado tanto no headline (1% vs. 0.7% esperado) como na leitura subjacente (0.6% vs. 0.5% esperado).
A abertura mostra um cenário complicado para a convergência da inflação e reforça nossa percepção de ao menos mais três altas de 50bps nos EUA seguida de outras altas de 25bps em diante.

Comentário:

O índice de preços ao consumidor nos EUA teve leitura acima do esperado tanto no headline (1% vs. 0.7% esperado) como na leitura subjacente (0.6% vs. 0.5% esperado). A abertura mostra um cenário complicado para a convergência da inflação e reforça nossa percepção de ao menos mais três altas de 50bps nos EUA seguida de outras altas de 25bps em diante.

Por dentro do índice cheio, destaca-se a aceleração da alimentação no domicílio de 1% para 1.4%. No YoY (NSA), o índice avança 11.9%. A alimentação fora do domicílio também registrou aceleração em relação ao mês anterior, avançando 0.7%.

Na abertura de energia, aceleração em serviços e em commodities, com ênfase para o avanço de 4.1% da gasolina no mês. O item contribuiu com 0.18% no headline da inflação. Já utilities gas service avançaram 8%.

Pela abertura subjacente, vemos novamente avanço na parte de bens. A aceleração de 0.2% no mês anterior para 0.7% em maio pode ter relação com o lockdown na China na medida em que este impacta negativamente nas cadeias produtivas. Com exceção de veículos novos, todas as aberturas tiveram avanço mais intenso do que no mês anterior, com destaque novamente para a aceleração de carros usados (1.8%).

Na abertura de serviços, nota-se aceleração em OER de 0.5% para 0.6%, o que puxou a inflação de moradia de 0.5% para 0.6% (contribuição: 0.19%). Já a abertura de serviços de transportes foi novamente distorcida pelo forte avanço de passagens aéreas (+12.6% MoM) e avançou 1.3% no mês.

Tanto o headline como a composição do índice são negativas para a trajetória da inflação nos EUA. Vemos riscos diversos advindos da inflação subjacente (consequência de um mercado de trabalho aquecido) bem como da inflação não-subjacente (consequência de novas pressões em combustíveis e alimentação).

Portanto, resta poucas alternativas a autoridade monetária que não elevar novamente os juros. Antevemos mais três a quatro altas de 50bps seguidas de altas de 25bps. Com isso, a taxa ao final do ano estará próxima a 3%.

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