Conforme as grandes marcas, Somadas, Americanas, Oi, Cervejaria Petrópolis e Light, os pedidos de recuperação judicial chegaram a marca de 43,1%, em abril, de acordo com o Serasa Experian. Os pedidos de falência tiveram 12% de aumento, passando de 81 para 91 na comparação anual.
Da soma total, as micro e pequenas empresas -MPEs tiveram 64 pedidos. As médias empresas realizaram 18 pedidos e as grandes 11 pedidos por grandes companhias. Na contagem das pequenas empresas, o comparativo é menor que no ano passado, quando as MPEs fizeram 35 solicitações. O montante de recuperações deve ultrapassar os R$100 bi em 2023.
Para Douglas Duek, CEO da Quist Investimentos, economista e especialista em recuperação judicial, muitas vezes, quando há uma crise desse tipo que vivemos hoje, chegam nas empresas e é necessário a atuação de uma recuperação judicial. “Também é bom pontuar que estamos vivendo algo sistêmico, em que vários setores estão solicitando recuperação judicial. Hoje, por exemplo, estamos tendo este número grande, principalmente, por conta do aumento dos juros. As empresas estão com menos caixa e juros mais altos e como essa não não fecha, uma das alternativas para não quebrar é a recuperação”, pontua o especialista.
O economista destaca que na Quist Investimentos foi observado aumento muito significativo da procura nos últimos meses por recuperação e reestruturação. “Nos últimos meses a Quist Investimentos teve praticamente o triplo da procura pela reestruturação e recuperação judicial, tanto no setor de indústria e serviço quanto do agronegócio.”
Para o agronegócio, a justificativa se dá por conta dos produtores que estavam prevendo soja a R$160 e, para muitos, chegou apenas a R$99 e esse valor não fecha nem o custo de produção. “Fora que os bancos não estão “rolando” as dívidas e o produtor rural acaba se afundando nos juros muito altos e recorrendo a recuperação para se salvar da falência finaliza Duek que analisa que a economia está mais fraca e nada confiante por enquanto, por isso, há grande possibilidade de agravamento maior dessa crise antes da melhoria.
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