As ações da Tesla caem 7% em Nova York nesta quinta-feira (27), enquanto os BDRs da empresa, TSLA34, recuam 9% na B3. A empresa apresentou resultados muito positivos ontem, batendo as expectativas do mercado, fazendo com que muitos analistas do mercado aumentassem suas projeções e recomendassem compra.
É o quarto trimestre seguido que a empresa bate os resultados, dando mais sinais de otimismo para a empresa de Musk. Alexander Potter, da Piper Sandler, acredita que as ações devem subir até US$ 1.300 – atualmente estão cotadas próximas de US$ 880, recomendando compra. Outro analista que recomenda compra é Ben Kallo, da Baird, que acredita em alta até US$ 1.108. New Street Research e Wedbush também recomendam a compra, com preços de US$ 1.580 e US$ 1.400.
Mas se os analistas de mercado estão com projeções tão otimistas, o que faz com que as ações da Tesla caíam hoje e acumulem perdas de 32% frente o topo de janeiro?
Problemas de supply-chain estão impactando toda a indústria, fazendo com que a empresa “demore” para lançar o Cybertruck, sua picape, e não tenha planos para lançar um carro na faixa de US$ 25 mil, que seria um carro mais “popular”. Em 2020, Musk tinha dito que esse era o objetivo da empresa “para os próximos três anos”, o que deixou o mercado animado.
Enquanto a Tesla está com esses problemas, a Ford está pronta para começar a entregar a F-150 Lighting, 100% elétrica – concorrente da Cybertruck -, além de triplicar a produção do Mustang Mach-E, que é um concorrente direto do Model 3 e do Model Y. A Tesla vê os concorrentes cortarem sua vantagem no mercado de elétricos e autônomos, o que é um grande risco para a empresa – dona do segundo BDR mais popular do mercado brasileiro.
Musk, porém, tem um novo plano em mente: o principal produto da Tesla para este ano não é um carro, é um robô humanoide, o Optimus. A ideia é desenvolver um robô que consiga trabalhar em fábricas, automatizando muito dos processos e aumentando a produtividade industrial – o que seria transformador para o planeta.
Com os problemas de supply-chain a serem resolvidos nos próximos anos, gastar 2022 para desenvolver o robô é o que Musk acredita que faz sentido para a Tesla. “A fundação de uma economia é trabalho. O que acontece quando não temos um problema de trabalho mais? Eu não sei mais o que é a economia depois disso. Isso é o que é o Optimus, muito importante”, afirma o empreendedor.
Contudo, o mercado tem um pouco de receio da capacidade de entregar de Musk nos próximos anos – lembrando da promessa de 1 milhão de táxis autônomos na rua até 2020, que ainda não se concretizou.
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