O BB Investimentos revisou o ABC Brasil (ABCB4) em seu portfólio e está recomendando compra com preço-alvo em R$ 19,20. O potencial de valorização está em 50,4%.
“Nosso valuation deriva de um modelo de desconto de dividendos de Gordon com 2 etapas: modelagem explícita (5 anos – fase 1), crescimento percentual (5 anos – fase 2) e crescimento na perpetuidade. Utilizamos como premissas um custo de capital próprio (ke) de 13,7% e uma taxa de crescimento na perpetuidade (g) de 6%”, informou a gesora.
O Banco ABC Brasil, controlado pelo Arab Banking Corporation, é um banco múltiplo voltado para empresas de médio e grande porte.
Resultado fraco
De acordo com o BBB Investimentos, o Banco ABC Brasil entregou um resultado fraco do ponto de vista de lucro líquido, com as provisões prudenciais por conta da pandemia ainda prejudicando, mas com boas sinalizações quanto aos níveis operacionais.
“Foi possível observar a retomada do foco nas carteiras empresarial e middle, que registraram forte crescimento e acrescentaram rentabilidade ao mix do banco, tendência que acreditamos que deve se intensificar”, disse.
Destaque positivo
Conforme relatório, o grande destaque positivo foi o crescimento de 5,6% t/t da carteira de crédito classificada (Bacen), com incremento capitaneado pelos segmentos Empresas (+7,5%) e Middle (+55%), parcialmente compensado pelas Grandes Empresas, que recuaram (-6,4%).
Ao contrário dos bancos que reportaram resultados anteriormente, que também cresceram a carteira de crédito t/t (embora em menor percentual), a margem financeira acompanhou, avançando 5,8%, beneficiada pela mudança no mix menos conservador adotado pelo ABC, a despeito do ambiente de juros na mínima histórica, que pressiona o spread
Segmentos mais arriscados
Ainda seguindo o relatório, o incremento de carteira em segmentos considerados mais arriscados direcionou um provisionamento significativo, atingindo R$ 74 milhões. Ainda que o volume represente uma redução de 20% t/t, este volume é 117% maior do que no terceiro trimestre de 2019, mas, segundo o banco, tais provisões não advêm necessariamente de atrasos, e sim de agravamento de riscos, algo que ainda não enseja alarme imediato, porém deverá ser monitorado.
“É importante salientar que o ABC possui uma visão da inadimplência futura melhor do que demais bancos, pelo fato de apenas 4,4% de sua carteira classificada ter sido prorrogada durante a pandemia (frente média 15% dos grandes bancos)”, disse.
3º tri: balanço
O Banco ABC Brasil (ABCB4) teve lucro líquido recorrente de R$ 73,5 milhões no terceiro trimestre de 2020, queda de R$ 40,3% ante o mesmo período de 2019, quando o lucro somou R$ 123 milhões.
O Retorno sobre patrimônio médio (ROAE) recorrente foi de 7,1%, abaixo do índice de 12,5% apurado um ano antes.
De acordo com o resultado divulgado pelo banco, a queda do lucro na comparação anual se deve ao aumento das despesas de provisão e à queda do patrimônio líquido remunerado a CDI.
Além disso, a redução da carteira de serviços, principalmente na linha de banco de investimentos, impactou o resultado negativamente.
Comportamento das ações
Para o BB Investimentos, as ações dos bancos em geral continuam demasiadamente descontadas em relação a outros setores, e com o ABC não é diferente. A incerteza quanto ao nível de inadimplência de forma geral tem levado os investidores a optar por ações de companhias vistas como mais seguras e estabelecidas no momento.
No entanto, apesar do momento mais desafiador, o ABC tem potencial para retomar seus bons níveis históricos de rentabilidade. Além disso, a preços atuais, estamos diante de um índice Preço/Lucro para 2020 em aproximadamente 9x, o que é baixo para o setor, e ainda um atrativo índice Preço/Valor Patrimonial em aproximadamente 0,7x.
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