Considerando a aceleração da inflação e a previsão de novas elevações nos juros, montar uma carteira de investimentos defensiva se transformou em uma tarefa muito difícil. Afinal, o investidor precisa preservar o poder de compra do seu capital.
Além disso, na última semana, com a crise hídrica ganhando contornos e a preocupação de que as reformas fiscais sejam postergadas, o Copom decidiu aumentar a taxa Selic em 1%, saindo de 5,25% para 6,25% ao ano.
Pensando nesse dilema que os investidores brasileiros estão enfrentando, Evaldo Perussolo, CFO do Banco Bari, pontuou 4 dicas para investir com segurança neste momento de incertezas.
Posto que estamos em um momento coberto de conflitos, se os juros e a inflação vão subir mais ou não. Um bom plano estratégico aos investidores que desejam proteger suas negociações seria mesclar uma carteira de renda fixa com aplicações corrigidas pelo IPCA. Além disso, incluir as taxas de juros indexadas ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
“A inflação deste ano não está sendo majorada apenas por preços de alimentos, que oscilam conforme as safras. Mas principalmente por tarifas controladas pelo governo, como energia e combustíveis”, explicou Evaldo. “O resultado será a elevação dos juros como forma de enxugar a liquidez da economia e conter a inflação”, completou.
https://youtu.be/t9lEbf-JTvI
1 – Verificar o prazo da aplicação
Desse modo, entre as possibilidades de aplicações de renda fixa pós-fixadas indexadas a juros ou IPCA, se encontram os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário).
Portanto, ao criar uma carteira de investimentos, é fundamental verificar o prazo da aplicação. Uma vez que, quanto maior o prazo, maior a rentabilidade.
2 – CDB e LCI
A propósito, ao analisar os índices e taxas, o investidor acredita que os investimentos em CDB são os que trazem mais benefícios, por conta dos percentuais do CDI. Entretanto, isto é relativo.
Visto que, o rendimento dos CDBs é tributado com imposto de renda de acordo com uma tabela progressiva, que vai de 22,5% a 15%.
Isto é, quanto maior o prazo, menor a alíquota, sendo que a alíquota mínima é para aplicações a partir de 2 anos. No caso das LCIs, elas são isentas do Imposto de Renda, logo, sua rentabilidade é integral.
3 – Segurança dos investimentos
Com o intuito de proteger o capital aplicado com diferentes indexadores, é fundamental priorizar a segurança dos investimentos.
Por exemplo, os títulos privados emitidos por bancos, como CDBs e LCIs, possuem a garantia de até R$ 250 mil caso a instituição seja associada ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
4 – Baixos rendimentos
Por fim, dentre as aplicações de renda fixa, a poupança tem registrado a pior performance. Via de regra, sempre que a taxa Selic estiver fixada em até 8,5% a.a, a poupança tem rendimento de 70% da Selic.
Atualmente, com a Selic fixada em 6,25% a.a., a poupança renderia 4,37% em 12 meses. Vale destacar que a inflação de agosto acumulada nos últimos 12 meses já alcançou 9,68%.