Nesta quarta-feira (10), o IBGE divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de outubro disparou 1,25%. O resultado veio superior ao aguardado pelo mercado, que tinha uma expectativa de 1,05% frente a setembro.
Posto que o IPCA representa a inflação oficial do Brasil, esta alta foi motivada, principalmente, pelo aumento dos preços da gasolina.
De acordo com o IBGE, esta foi a maior variação para outubro desde 2002, que era 1,31%. Sendo assim, a inflação soma uma alta de 8,24% no ano e de 10,67% nos últimos 12 meses.
Por que aumentou?
Em suma, de acordo com o sistema vigente, a meta de inflação deste ano será cumprida ao chegar entre 2,25% e 5,25%. Portanto, a projeção do mercado já está acima do dobro do objetivo central, chegando a 7,5%.
Sendo assim, para o próximo ano, o mercado financeiro elevou a estimativa do IPCA de 4,55% para 4,63%. Logo, a meta central de inflação para 2022 é de 3,50% e, se o índice oscilar de 2% a 5%, será considerada cumprida.
À vista disso, o agravo nas projeções para os indicadores econômicos ocorre mediante às manobras e propostas para desviar o teto de gastos. Para assim, dar espaço no orçamento para custear o Auxílio Brasil de R$ 400 no ano eleitoral de 2022.
Alta nos preços dos combustíveis
Isto posto, todos os produtos e serviços analisados se viram afetados no mês de outubro, principalmente, o setor de transportes, que subiu 2,62%. Sobretudo, em razão dos combustíveis que subiram 3,21%.
A gasolina foi protagonista do maior impacto individual no índice do mês, que elevou 3,10%. Esta foi a sexta alta consecutiva nos preços da gasolina, que já soma 38,29% de variação no ano e 42,72% nos últimos 12 meses.
“A alta da gasolina está relacionada aos reajustes sucessivos que têm sido aplicados no preço do combustível, nas refinarias, pela Petrobras. Além da gasolina, houve aumento também nos preços do óleo diesel (5,77%), do etanol (3,54%) e do gás veicular (0,84%)”, afirma Pedro Kislanov, gerente do IPCA.
Setor de consumo e lazer também afetados
Além disso, os preços das passagens aéreas também sofreram um aumento expressivo, de 33,86%. Assim como, os preços dos setores dos alimentos e bebidas, em 1,17%, sendo a segunda maior contribuição no IPCA.
“Esse aumento no tomate e na batata decorre da redução da oferta devido ao frio e às chuvas”, destaca Pedro Kislanov. Além disso, elevou o preço do café moído, em 4,57%, o frango em pedaços, 4,34%, o queijo, 3,06%, e o frango inteiro, 2,80%.
Em contrapartida, alguns alimentos se destacaram por recuarem nos preços, como o leite, que reduziu 1,71%, e o arroz, menos 1,42%.
Como isso afeta os investimentos?
Por fim, tendo em vista este cenário, vale compreender como a inflação impactará os investimentos em 2022. Isso porque, a mesma não influencia apenas nos preços dos bens, como também nos preços dos ativos do mercado de capitais.
Portanto, na prática, o valor da moeda diminui com a sua depreciação. Ou seja, é necessário mais capital para realizar a compra dos mesmos ativos do passado. Além disso, o investidor deve analisar se a sua carteira está rendendo acima da inflação. Se não, ele basicamente está perdendo dinheiro e poder de compra.
Por outro lado, existem os investimentos atrelados ao IPCA, como o Tesouro Direto IPCA+, que segue o indicador em sua rentabilidade. Sendo assim, esse pode ser um bom ativo para se proteger da inflação.