O Índice Gerente de Compras -PMI, ajustado do setor industrial do Brasil, caiu de 49,4 em novembro para 48,4 em dezembro, indicando uma deterioração moderada, porém mais rápida, na saúde do setor. Além disso, os dados mais recentes estenderam o período atual de contração para quatro meses e encerraram um desempenho trimestral pior do que no terceiro trimestre de 2023. Apesquisa é da S&P Global e foram apresentadas nesta terça-feira (02/01).
O setor industrial brasileiro encerrou 2023 da mesma forma que começou, com o PMI indicando uma deterioração adicional nas condições operacionais e um aumento nas pressões sobre os custos.
Pollyanna De Lima, diretora Associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, disse: “O setor industrial do Brasil enfrentou um fim de 2023 desafiador, com declínios sustentados nos volumes de novos pedidos induzindo a uma retração contínua nos
cronogramas de produção e na compra de insumos.”
A retração no volume de novos pedidos ganhou ritmo, provocando outra redução na produção. A desestocagem continuou predominante, devido ao enfraquecimento prolongado da demanda e às considerações relacionadas a custos, enquanto as empresas continuaram reduzindo os níveis de compra. Entretanto, de forma mais positiva, os dados de dezembro destacaram a melhora na confiança nos negócios e outra rodada de criação de empregos.
“As incertezas políticas e econômicas, bem como as taxas de juros elevadas, pesaram sobre o desempenho do setor durante a maior parte de 2023, sendo agosto o único mês
em que os níveis de produção, vendas e compras não caíram mensalmente”, disse De Lima.
Os pedidos às fábricas continuaram caindo em dezembro, estendendo assim a atual retração para quatro meses. Além disso, o ritmo de redução foi sólido e o mais acelerado desde junho. Os participantes da pesquisa atribuíram, de modo geral, a queda mais
recente à diminuição da demanda.
As vendas internacionais diminuíram pelo 22º segundo mês consecutivo, supostamente devido a problemas econômicos nos países vizinhos, à demanda global fraca e a dificuldades de precificação competitiva nos mercados externos. Apesar da
desaceleração desde novembro, o ritmo da redução foi acentuado.
“Além dos desafios domésticos, as empresas tiveram dificuldades para garantir novos pedidos no exterior. Sua incapacidade de estabelecer preços competitivos nos mercados externos significou que os novos pedidos para exportação diminuíram pelo vigésimo segundo mês consecutivo em dezembro”, acrescentou.”
Diante dos menores volumes de novos pedidos, os fabricantes brasileiros reduziram os volumes de produção pelo quarto mês consecutivo em dezembro. Embora mais forte do que em novembro, a taxa de contração foi moderada de um modo geral.
Os produtores de bens no Brasil indicaram uma intensificação das pressões sobre os custos em dezembro. Os preços de insumos aumentaram pelo segundo mês consecutivo e na taxa mais forte desde fevereiro. As commodities agrícolas foram destacadas como os principais fatores por trás das pressões inflacionárias.
“Além do ambiente operacional desafiador, as empresas enfrentaram um aumento nas pressões de custos no final do ano, enquanto os clientes pediam descontos nos preços.
“Uma pequena dose de alívio nos últimos resultados do PMI foi o aumento da confiança nos negócios, já que mais empresas esperavam tempos melhores em 2024 e o
subsequente aumento na criação de empregos.”
*Todas as informações são da S&P Global
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