Ata do Copom mexeu com opiniões. O documento do apresentado pelo Banco Central do Brasil confirmou o que 70% do mercado financeiro já projetava. A autoridade monetária optou por manter um tom conservador sobre o corte de juros, bem como dar sequência à política contracionista. O BCB que a inflação no centro da meta.
O documento foi divulgado na manhã desta terça-feira (19) e afirma que “ainda há um caminho longo a percorrer, o que exige serenidade e moderação na condução da política monetária. Assim, os membros do Comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado”.
Vale ressaltar que em 13 de dezembro o Copom fez um corte de 0,5 p.p. na Selic, com a taxa ficando em 11,75% ao ano. O mercado projeta mais dois cortes nesse patamar, sendo em janeiro e fevereiro e, a partir de março, os cortes passam a 0,25 p.p., encerrando 2024 em 9,25% ao ano.
O economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike, explica que o nível de redução adotado pelo Copom tem como objetivo promover um ‘pouso suave’ na economia brasileira, tanto no presente ano quanto nos anos à frente.
Em relação à meta de inflação, ele destaca que esta foi fixada pelo colegiado em 3,25%, com margem de 1,5 p.p para mais ou menos.“A ata vem extremamente técnica e consideramos que o tom está bastante apropriado para a situação. O documento também coloca a impressão do BC sobre o momento externo, apontando que este está menos adverso no mundo todo, e enfatiza um arrefecimento dos juros nos EUA”, diz.
O especialista faz uma ressalva: “a ata aponta alguma preocupação pertinente ao governo, fazendo menção de que este reduziu as reformas estruturais e a disciplina fiscal, e também uma preocupação em relação ao aumento do crédito direcionado.”
Pressões políticas
Para Felipe Vasconcellos, sócio da gestora Equus, o Copom tem se mostrado resistente às pressões políticas por uma aceleração no ritmo de corte das taxas de juros e tem mantido uma postura técnica, trazendo segurança para o mercado como um todo. Isso é um ótimo sinal e reforça a importância da sua independência, uma das mais importantes reformas dos últimos anos.
O especialista acredita que o tom que o colegiado traz na ata está apropriado, principalmente porque ainda há um caminho longo a ser percorrido para que haja a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta, apesar do processo desinflacionário recente. “Somado a isso, o Copom deve ficar atento também às sinalizações do governo quanto ao equilíbrio fiscal. Entretanto, caso tenhamos uma evolução positiva das variáveis macroeconômicas observadas pelo Copom, podemos ver uma aceleração no ritmo de cortes em 2024 e uma taxa de juros neutra menor”, frisa.
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