Foi muito positiva a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), que manteve, nos anos de 2023 a 2025, o centro da meta da inflação e adotou para 2026 o patamar de 3% (com bandas de 1,5 pp).
Essa decisão do CMN dissipa incertezas que são sempre prejudiciais na condução da política monetária. Também se mostrou meritória a mudança na forma de apuração da meta de inflação, que passa a ser contínua e não com aferição no ano calendário.
A mudança na forma de apuração, que passa a valer a partir de 2025, alinha o nosso modelo à prática da quase totalidade dos demais países que adotam essa sistemática, em especial os desenvolvidos e os nossos pares emergentes.
A sistemática contínua traz mais flexibilidade para a condução da política monetária, pois permite ao Banco Central perseguir a meta de inflação num horizonte de longo prazo, evitando ou minimizando o impacto de uma eventual elevação dos juros sobre a atividade econômica no curto prazo.
É importante lembrarmos que, considerando que os efeitos da política monetária são defasados no tempo, na prática, o nosso Banco Central vem atuando numa estratégia de longo prazo, sempre definindo em suas comunicações ao mercado o chamado horizonte relevante para a política monetária, em geral 18 meses à frente.
Mas agora, ao oficializar a nova sistemática, o CMN confere ao regulador mais segurança para a condução da política monetária sempre numa perspectiva de longo prazo, buscando a meta de inflação com o menor impacto possível sobre a atividade econômica.
* Isaac Sidney é presidente da Febraban
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