O relatório do Payroll de janeiro veio consideravelmente acima do esperado, registrando criação de 517k vagas no mês (esperado: 188k). Note-se que o número anterior foi revisado de 223k para 260k, acentuando a intensidade da surpresa com a divulgação. A revisão líquida dos últimos dois meses mostra 71k vagas adicionais criadas.
O número reforça a perspectiva de um mercado de trabalho extremamente apertado. Apesar do headline ter sido distorcido pelo volátil leisure and hospitality, a indicação vinda da taxa de desemprego, dos salários e das horas médias trabalhadas sugere persistência na pressão inflacionária advinda de um mercado de trabalho aquecido.
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O relatório do Payroll de janeiro veio consideravelmente acima do esperado, registrando criação de 517k vagas no mês (esperado: 188k). Note-se que o número anterior foi revisado de 223k para 260k, acentuando a intensidade da surpresa com a divulgação. A revisão líquida dos últimos dois meses mostra 71k vagas adicionais criadas.
A abertura mostra criação de 443k vagas no setor privado, ante expectativa de 190k. A leitura de dezembro foi revisada de 220k para 269k. Por dentro do número, note-se 25k vagas criadas no setor de construção, enquanto a indústria foi responsável por outras 19k vagas. Especificamente, destaca-se a destruição de 7k postos de trabalho na produção automotiva.
Nos serviços, destaque para as fortes divulgações do setor de educação e saúde (105k) e do volátil leisure and hospitality (128k). Juntos, os dois perfazem cerca de 59% das 397k vagas criadas no setor de serviços privado.
Em outras métricas relevantes da criação de vagas, destaca-se que a média móvel de três meses do payroll privado avançou para 313k. Já a taxa de difusão também registrou crescimento (aumento) para fortes 69.0.
A taxa de desemprego recuou para 3.434%, com destaque para a mudança no household employment de 894 para 160k. A taxa de participação subiu pelo segundo mês consecutivo e registra 62.4%.
Os salários médios por hora avançaram 0.3% no mês e tiveram revisão no mês anterior de avanço de 0.3% para 0.4%. Já as horas médias trabalhadas, importante indicador sobre a utilização do fator de produção trabalho, saltaram de 34.4 para 34.7.
Em suma, o número reforça a perspectiva de um mercado de trabalho extremamente apertado. Apesar do headline ter sido distorcido pelo volátil leisure and hospitality, a indicação vinda da taxa de desemprego, dos salários e das horas médias trabalhadas
sugere persistência na pressão inflacionária advinda de um mercado de trabalho aquecido.
A magnitude do erro do Payroll (mostrado ao lado) indica o acumulo de surpresas altistas nas últimas divulgações. A perspectiva esperada de enfraquecimento do mercado de trabalho derivado do aperto nas condições financeiras ainda não se materializa, o que sugere necessidade de juros altos por período maior. Não à toa a reação do mercado passa pela precificação de um ambiente mais hawkish para o FED.
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